António Paulo Cassoma, assumiu, em Malanje, o seu papel de secretário-geral do branqueamento do MPLA mas, igualmente, de responsável pelo pelouro do humor e do anedotário nacional, para além da já conhecida cátedra de (embora de forma partilhada) emissão de atestados de matumbez aos angolanos.
Vai daí, António Paulo Cassoma divulga que o MPLA quer mais responsabilidade e disciplina dos militantes na dinamização do combate à corrupção, nepotismo, impunidade e outras práticas de má gestão da coisa pública, previstos nas acções do partido e garantir o sucesso do programa de governação para o quinquénio 2017-2022.
Das duas… três. Ou é mentira que o MPLA está no poder desde 1975, ou António Paulo Cassoma só ontem chegou ao partido, ou a corrupção, o nepotismo e a impunidade são males muito recentes.
António Paulo Cassoma fez esta “candidatura” ao anedotário nacional durante o lançamento da agenda política nacional do partido para 2018, frisando que o MPLA de materializar tudo quanto prometeu durante a campanha eleitoral, com realce para o combate aos referidos males e a satisfação das aspirações do povo.
É certo que o ano ainda está no princípio, e que o “Nobel” do anedotário angolano 2017 ainda vai contar com muitos outros valiosos contributos. Mas, apesar disso, é de crer que o contributo do secretário-geral do MPLA é notável e sério candidato à vitória.
António Paulo Cassoma precisou que nestes esforços, os militantes devem ser cada vez mais patriotas (apoiando o roubo descarado que o MPLA fez ao longo de 42 anos) e ajudando o Executivo, através da difusão do impacto das medidas económicas e sociais em curso no país, como forma de se moralizar e resgatar a confiança da sociedade pelas instituições públicas, tendo recordado ainda que o MPLA tem grandes responsabilidades em criar todas as condições para que os desideratos dos angolanos de ver o país a crescer se efectivem.
Mais grave do que esta enciclopédia de mentiras é o facto de António Paulo Cassoma saber que, para cumprir “ordens superiores”, tem de mentir. E é pena. É certo que, desde sempre, o MPLA mente às segundas, quartas e sextas e é mentiroso às terças, quintas e sábados. Ao domingo vai preparar a ladainha da semana, entre lagostas e outros manjares só ao alcance dos eleitos pelos deuses do… partido.
Como se isso não bastasse, António Paulo Cassoma garante que o partido (obviamente com o dinheiro do Estado) vai criar condições para que a JMPLA e a OMA assumam um protagonismo cada vez maior na sociedade, sobretudo nos segmentos onde cada uma se insere, por meio de uma interacção mais dinâmica com as comunidades, cabendo ainda à ala feminina a consolidação do seu papel de vanguarda na luta pela estabilidade das famílias.
Outra questão não menos importante que, segundo o secretário-geral do MPLA, foi tida em conta na agenda política do partido para 2018, é a revitalização da crítica e do debate político no seio do partido, instituições sociais e em espaços académicos, exortando, por isso, os militantes a estar aptos em dar o seu contributo face aos distintos fenómenos sociais e políticos, tendo sempre em conta a diversidade de pensamento e melhoria do desempenho da organização.
No domínio da diplomacia partidária, António Paulo Cassoma destacou a necessidade do fortalecimento da cooperação e solidariedade para com os partidos políticos com os quais o MPLA detém laços históricos, sobretudo os da região e os da internacional socialista.
A agenda política ora apresentada está assente em 10 eixos e contempla essencialmente acções que visam o combate às más práticas de gestão pública, medidas de fortalecimento das estruturas de base e intermédia da formação, criação de mecanismos para realização das eleições autárquicas, entre outras matérias e tem como lema “reforcemos o papel dirigente do MPLA, em apoio ao Executivo na difícil tarefa de melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”.